"De novo: não estou dizendo que esta ou aquela condição médica não exista, apesar de todo o trabalho claro de "disease branding" que a indústria faz em cima de diversas dessas doenças. O problema na verdade é a falta, em muitos casos, de referências confiáveis. A noção de que podemos nos fiar na ciência se quebra diante de uma indústria multibilionária que não esconde o desejo de que tomemos cada vez mais pílulas, independentemente de precisarmos delas ou não, e que faz uso de recursos antiéticos, como a manipulação de pesquisas, o suborno a médicos e a ameaça de cortar apoio financeiro a aqueles que tenham a coragem de apontar problemas com novas drogas, como muitas vezes já aconteceu."
Os crimes da indústria farmacêutica
No
livro Ciência Proibida, novo lançamento da SUPER, o jornalista Salvador
Nogueira mostra as experiências mais perigosas, assustadoras e cruéis
já realizadas. Confira na íntegra o capítulo 4, sobre o lado sombrio da
indústria dos remédios.
Por
Salvador Nogueira
Atualizado em
11/09/2015
Remédio e veneno
Os laboratórios produziram incontáveis casos de sucesso em tratamentos médicos. Mas também mataram. E muito.
O século 20 testemunhou alguns dos experimentos
médico-científicos mais brutais e antiéticos já realizados em toda a
história, a maior parte deles voltada para o aperfeiçoamento das
técnicas de guerra. Mas é impossível separar completamente essas
pesquisas macabras das que foram conduzidas no âmbito do aprimoramento
da saúde. E existem duas razões para isso.
A primeira é que os métodos empregados pela indústria
farmacêutica, durante o mesmo período, não foram realmente diferentes.
Em Auschwitz, durante a Segunda Guerra, a farmacêutica alemã Bayer,
então parte da empresa IG Farben, usou prisioneiros não só como escravos
para trabalhos forçados em suas fábricas, mas também como cobaias para o
teste de medicamentos (muitas vezes, com resultados fatais). E nos
Estados Unidos, os testes de medicamentos em prisões foram mantidos
durante décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial. Até 1974,
estima-se que cerca de três quartos de todas as drogas aprovadas para
uso em solo americano tenham passado por testes clínicos com
prisioneiros. Não era como na Alemanha nazista, claro - os presos usados
nos estudos eram voluntários e em geral remunerados. Mas, ainda assim,
havia uma controvérsia ética: prisioneiros podem de fato tomar uma
decisão consciente e independente, sem serem coagidos? Ou muitos
aceitaram participar, a despeito dos riscos, por medo de represálias?
Hoje nenhum país ocidental conduz testes em prisões. Mas até os anos
1970 isso foi comum nos Estados Unidos... (leia mais em: http://super.abril.com.br/ciencia/os-crimes-da-industria-farmaceutica?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super
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